Donald Hess, homem de negócios, coleccionador de arte e viticultor em quatro continentes, morreu aos 86 anos de idade em Berna, Suíça, no dia 30 de Janeiro.
Nascido na Suíça numa família de cervejeiros, Hess construiu uma empresa de água mineral de sucesso antes de entrar na indústria do vinho em 1978, comprando 700 acres de vinhas no Mt. Veeder appellation do Vale de Napa. Inicialmente com a intenção de apenas vender uvas, Hess começou a fazer o seu próprio vinho em 1983. Três anos mais tarde, abriu a adega Hess Collection, num edifício restaurado originalmente construído para a adega dos Irmãos Cristãos na década de 1930.
Hess começou a reunir uma grande colecção de arte moderna para exibir como parte da Colecção Hess, na esperança de atrair visitantes até ao Monte Veeder. Nessa altura, a maioria das adegas Napa ofereciam salas de prova simples, e a colecção de arte de Hess serviu de sorteio. O museu ainda funciona até hoje, mostrando uma vasta gama de artistas. Nos anos 90, a Colecção Hess tinha ganho notoriedade pelas poderosas expressões do Cabernet Sauvignon. Hess também ajudou com o esforço para o estabelecimento da denominação Mt. Veeder em 1993 e tornou-se um defensor da agricultura sustentável.
Hess também começou a comprar outras propriedades vinícolas a partir dos anos 90, mais notadamente na América do Sul. Na Argentina, interessou-se particularmente pela região menos conhecida de Salta, adquirindo Bodega Colomè no final dos anos 90. A primeira colheita de Colomè sob a sua liderança, uma mistura de Malbec e Cabernet, foi em 2002. As uvas para Colomè provinham de um vinhedo com 150 anos no Vale do Calchaqui em Salta, uma das regiões de maior crescimento do planeta, com vinhas plantadas em altitudes de até 9.000 pés. É uma região muito árida, e Hess comprou mais 96.000 acres de terra para captar água de escoamento da Cordilheira dos Andes para abastecer o local.
A Argentina tornou-se o foco da vida de Hess depois de se demitir do cargo de presidente da Colecção Hess em 2002, entregando a empresa à sua enteada e ao seu marido. Em meados dos anos 2000, passava até 11 meses por ano a viver em Colomè. Construiu lá outro museu de arte em 2009, desta vez exclusivamente dedicado às obras de James Turrell. Em 2010 comprou 380 acres em Cafayate, uma cidade a cerca de 2 horas de carro a sul do sítio de Colomé.
Hess é sobrevivido pela sua esposa Ursula, filha Alessandra, enteadas Sabrina e Larissa, e cinco netos.